23 de jun. de 2009

Transformação

Sei que mencionei deixar aqui algo mais detalhado sobre o passo a passo da minha saída, mas sinceramente foi tudo tão tranquilo até agora que não vi motivo para tal.

Entretanto, já comecei a viver numa espécie de montanha-russa de sentimentos.

Nem sempre consigo perceber como estou me sentindo, mas assim como São Paulo, que passa pelas quatro estações do ano num dia, eu passo de feliz a angustiada, de animada a reflexiva e triste. E como se não bastasse isso, alguns deles parecem me levar para uma gangorra também, tipo hora estou com o sentimento extravasando, outra hora só quero me esconder em baixo da minha cama.

Muitas pessoas me perguntam se vale o esforço, a ansiedade e o desafio de largar tudo e todos para trás. Ontem, conversando com uma super amiga, quase meia-irmã, me veio a imagem da lagarta que passa um tempo enclausurada, fechada, sofrendo ou não, eu não tenho essa informação, mas enfim passa por um processo "dolorido" para depois desabrochar para uma nova experiência de vida. O que era "feio" (para alguns) agora é belo. Serão novas sensações, novas rotinas, novos processos para aprender e viver.

E hoje eu me sinto exatamente nesse período, onde eu estou mais reflexiva, menos expansiva, revendo meus pensamentos, as decisões que me trouxeram até aqui, aguardando o momento certo para sair e descobrir uma nova vida para mim. Nova em parte, é verdade, porque não quero trocar de marido, por exemplo. Mas acho que a experiência que vou ganhar ou conquistar nessa nova fase da minha vida será inesquecível, seja ela boa ou ruim. Tenho a sensação de que será em sua maior parte boa.

Engraçado é que fazendo uma breve retrospectiva essa não é a primeira vez que passo de lagarta à borboleta. E em todas as minhas fases, de borboleta e lagarta, aprendi muito, especialmente nesta.

Pra não ficar só filosofando, alguns insights sobre o processo de remoção nesta semana:

- "O" formulário dos carimbos - CHECK (carimbo de 10 seções diferentes)
- Solicitar férias - CHECK
- Agendar vistoria mudança- CHECK
- Consertar roupas e sapatos - CHECK- CHECK
- Lavar tapetes- CHECK
- Preencher formulários e mais formulários de mudança, banco, etc - CHECK- CHECK- CHECK
- Vender o que não for levar- CHECK

E assim vamos caminhando...
Até o próximo.
P.s. - prometo que não demorará tanto!

13 de jun. de 2009

E começou a contagem regressiva

Estava ansiosa para poder finalmente escrever este post. No último dia
10 saiu a portaria oficial na qual o meu destino pelos próximos 3 anos
foi selado-- Genebra, Suíca-- aqui vou eu!

Os próximos posts que vocês leram aqui serão resultao dessa
experiência que viverei nos 90 dias que vem pela frente, 60 ainda no
Brasil e outros 30 já em Genebra.

Família, não faltará detalhe para vocês! Posicionem o cursor,
acessem seus e-mails ou o blog e participem dessa nossa aventura.

Até o próximo capítulo!

Mica

Michele R. B. J. Bevilacqua
61 8127 1843
11 8629 4347

9 de jun. de 2009

Conhecem a via de mão dupla?

Tenho certeza que vocês já ouviram falar da via de mão dupla como
regra de trânsito mas quero falar da via de mão dupla onde se espera
algo igual ou de mesmo valor ao montante que fizemos.

Pois é, às vezes ela funciona, outras vezes ela encontra obstáculos
e desvios.

Veja o meu caso. Desde que me mudei para Brasília, morro de saudades
dos meus amigos e familiares e fiz de tudo para ir à São Paulo ve-los.

Talvez por essa comidade quase nenhum tenha feito o mesmo por mim. O
engraçado é que mesmo eles não conhecendo a minha casa, fizeram
questão que eu conhecesse a deles. E eu fui porque era importante para
eles e para mim.

Neste caso, as minhas constantes idas à SP foram o desvio desta via de
mão dupla.

Qual será o seu desvio?

Micarb

Michele R. B. J. Bevilacqua
61 8127 1843
11 8629 4347

2 de jun. de 2009

Convivência, intimidade, amizade e recordações

O título pode parecer de uma redação. Na verdade são palavras chaves do que eu acredito ser a resposta para entender como as pessoas entram, ficam ou passam pelas nossas vidas.

Sempre que convivemos muito com alguém podemos ou não ter intimidade com essa pessoa. E essa decisão de permitir que alguém se torne íntimo baseia-se nos mais variados conceitos. Confiança, afinidade, interesse, necessidade, carência, diversão.

Uma vez que você permite que determinada pessoa seja íntima, inconscientemente você deseja ser íntimo dela também. Bom, isso certamente ocorre em muitos casos. Entretanto, nem sempre o nível de intimidade que você cedeu à alguém será dado a você. Não é fácil perceber isso. E por esse motivo, muitas e muitas pessoas se magoam ao longo da vida. Às vezes o nível muda ao longo da vida dessas pessoas.

Quando conseguimos juntar convivência com intimidade podemos dizer que tal pessoa é nossa amiga pois partilha da nossa vida, das nossas alegrias e tristezas. Sem intimidade porém, temos apenas colegas, que nos fazem bem, de quem gostamos, mas que certamente ao mudarmos de emprego, escola ou cidade ficarão nas nossas lembranças mais remotas. Já sem a convivência, teremos amigos que habitarão algum tempo naquela lembrança saudosa que temos da nossa infância por exemplo. Mas em algum momento eles passarão a viver somente lá, pois aquilo que fazia dele um amigo, a convivências, as coisas em comuns , já não existirão mais. E as suas conversas quando acontecerem, serão sempre no passado.

Agora as recordações são muito importantes nas nossas vidas. Elas nos ensinam, nos aconchegam, nos dão força para seguir adiante, nos fazem rir ou chorar quando estamos sozinhos. Embora elas tenham alguns benefícios, podem tornar-se grandes vilãs. Podem nos prender num tempo que não existe mais e nos cegar para o que existe hoje na nossa vida.

O que eu aprendi pensando sobre isso? Se você tem um amigo que por algum motivo não pode mais conviver com ele, arrume uma maneira de se fazer presente na vida dele e vice-versa. (claro se isso fizer sentido para os dois lados, do contrário, não vá pedir esmola). Arrume tempo para ligar para ele, pra mandar um vídeo das suas férias, pra escrever um e-mail ou carta, para enviar uma reportagem que o fez lembrar dele e principalmente, pra contar daquele dia horrível ou daquela surpresa maravilhosa. Isso não detalhes que temos quando convivemos de verdade com alguém. Detalhes não ficam nas nossas recordações. Recordações são para coisas grandes, em momentos super bons ou difíceis, mas não são elas que mantêm a chama acesa. Convivência e intimidade são a lenha e o fogo para mantermos uma grande e valiosa amizade.

Quero finalizar dizendo que amizades podem não se perder no tempo e com a distância, desde que você faça algo a respeito desse nossos obstáculos.

Fazer amigos é difícil, mante-los dá bastante trabalho, mas não te-los é uma vida triste e vazia.

Fui.